quinta-feira, 5 de maio de 2011

Eu falei primeiro

Os jornais de hoje publicam que o Comitê de Assuntos Indígenas do Senado norte-americano programou para hoje uma audiência para protestar contra o uso do nome Gerônimo, um histórico chefe da nação apache, para identificar Osama Bin Laden na operação que matou o líder da Al Qaeda. A assessora-chefe do comitê, Loretta Tuell, disse que a associação entre o nome de um grande herói ameríndio e o mais odiado inimigo dos Estados Unidos é um exemplo do emprego impróprio de ícones da cultura indígena "com consequências devastadoras sobre o espírito das crianças, indígenas ou não". Já o presidente do Congresso Nacional dos Índios Americanos, Jefferson Keel, associar um guerreiro índio a Bin Laden não é uma atitude justa para com a história.
Jânio de Freitas, em sua pensata na Folha de São Paulo de hoje, também trata do assunto. Ele diz que Gerônimo, "não é nome de brancos nem de negros americanos, em tempo algum. É nome indígena. Foi o nome de um dos mais ou o mais bravo chefe a resistir, e vencer muitas vezes, às tropas que conquistavam terras da América do Norte para os colonizadores com o genocídio dos habitantes originais. Gerônimo foi transformado em objeto de ódio branco que lhe deu lugar destacado na história das guerras dos Estados Unidos listadas pelo Departamento de Defesa". E conclui: "Chamar Bin Laden de Gerônimo foi injustiça com o dono autêntico do nome".
Até que enfim, alguém nos Estados Unidos, e também na imprensa brasileira, reclama contra esse absurdo. Eu, aqui nesse Baralho a 4, levantei essa bandeira logo no primeiro dia. Chamar Bin Laden de Gerônimo é uma ofensa à memória dos indígenas norte-americanos. Um absurdo.
Mas bem com a cara da arrogância e da prepotência norte-americanas.

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