sexta-feira, 29 de abril de 2011

Que casamento que nada.....

O melhor do casamento de William e Kate foi a pirueta do vigário na saída da igreja. Isso sim é que é festa e importante. Viva o vigário.

Samba na veia

Quem foi ontem ao Teatro da Caixa assistir ao show Monarco - 50 anos de samba recebeu uma dose precisa e salvadora de samba na veia. Samba de raiz, em estado puro. Durante 1 hora e meia, o mestre Monarco, acompanhado por Guará, no violão; Serginho Procópio, no cavaco; Timbira, no surdo; e Marquinho, no pandeiro, todos músicos da Velha Guarda da Portela, impecavelmente vestidos de terno de linho branco e chapéu panamá, contou histórias e cantou jóias raras do samba portelense, com destaque, é claro, para as suas próprias obras. Além dos compositores portelenses, Monarco abriu duas exceções, como sempre faz: Cartola e Silas de Oliveira. E uma novidade: uma homenagem a Didi, da União da Ilha, afilhada da Portela, autor de sambas-enredos que empolgaram a Sapucaí, como o antológico "É hoje".  E mostrou porque é o maior sambista brasileiro vivo e em atividade, aos 77 anos de idade. No programa do show, uma frase de Monarco sintetiza o que estava presente no palco: "O samba de qualidade não anda dando sopa por aí. Só faz quem tem mesmo aquela veia de inspiração". E isso ele tem de sobra.
Quem não foi perdeu.
Hoje tem mais, mas os ingressos estão esgotados.
Azar de quem perdeu.

Nada se cria, tudo se copia

Existe uma máxima, comum no mercado publicitário, segundo a qual em publicidade, nada se cria, tudo se copia. É claro que isso nem sempre é verdade, mas, cá entre nós, é comum nos depararmos com marcas, slogans, filmes, comerciais inteiros que nos dão aquela sensação de dèjá vu.
Outro dia recebi por e-mail mais um exemplo de semelhanças incríveis entre duas marcas publicitárias.
O grave, nesse caso, é que o plágio envolve o GDF.
A marca do GDF do governo Agnelo é rigorosamente semelhante, pra não dizer igual, à marca da Prefeitura da pequena cidade Maruim, no interior de Sergipe. Há uma pequena mudança nas cores e no traço, mas a concepção, a chamada ideia-força, é rigorosamente igual.
Como o prefeito de Maruim foi eleito em 2008 e o governador Agnelo em 2010, não resta dúvidas de quem copiou quem.
Vejam e confiram as duas marcas.



quinta-feira, 28 de abril de 2011

Não falei?

Ontem, fiz um comentário sobre a falta de atenção da imprensa brasileira, que publica informações sem o devido cuidado de checá-las com precisão, citando como exemplo a notícia de O Globo de que o senador Antônio Carlos Valadares, líder do PSB no Senado Federal, respondia a um inquérito por crime eleitoral no STF. O tal inquérito foi arquivado por decisão da ministra Carmem Lúcia, em 30 de junho de 2009, que também decretou a extinção da punibilidade contra o senador. Só que a repórter do Globo não seu deu ao trabalho de ler com cuidado e atenção todas as movimentações do inquérito no site do STJ.
Pois bem, hoje o Globo faz a correção e como imaginei ontem, não com o mesmo destaque da publicação original, que foi feita num imenso box com foto do senador, na nobre página 3. Hoje, a correção aparece num pequeno box, com uma barra em preto, na página 12. Destaque e espaço muito diferentes. Mas, pelo menos, fizeram a correção.
Coisas da nossa imprensa.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Exageros e falta de atenção

A atitude do senador Roberto Requião (PMDB-PR), que tomou o gravador de um repórter de rádio, durante uma entrevista, e depois o devolveu com a entrevista apagada, merece o repúdio de todos e o senador deve, no mínimo, receber uma advertência. Mas a imprensa, vez por outra, escorrega feio e também merece ser criticada.
O Globo de hoje é um exemplo da falta de atenção e de cuidado de muitos jornalistas, afoitos em busca de notícias cabeludas, principalmente contra políticos. O jornalão carioca publica uma matéria de página inteira, na página 3, a mais nobre de qualquer jornal, mostrando que alguns senadores que compõe o novo Conselho de Ética do Senado Federal respondem a processos na Justiça. O alvo da matéria é claro: torpedear a presença dos senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, figurinhas carimbadas da política brasileira, entre os membros do Conselho de Ética.
Para ilustrar a matéria, o jornal publica um imenso box, com fotos de vários senadores que, segundo o jornal, respondem processos judiciais. Entre os senadores citados e com a foto publicada com destaque está o líder do PSB, Antonio Carlos Valadares, de Sergipe, com a informação de que ele responde, desde 2007, no STF, ao inquérito 2629, por crime eleitoral.
A informação não é correta.
O inquérito 2629, aberto em 2007 pelo Ministério Público Federal de Sergipe, está arquivado desde 30 de junho de 2009, quando a ministra Carmem Lúcia declarou a extinção de punibilidade de Valadares e determinou o seu arquivamento.
Como o inquérito ainda aparece no site do STF, pois teve andamentos burocráticos até o dia 24 de março deste ano, a repórter do Globo não se deu ao trabalho de ler as 12 páginas com todos os seus andamentos. Achou mais fácil e, certamente, menos trabalhoso, dizer que o senador respondia a um inquérito no STF por crime eleitoral.
É um típico exemplo de preguiça, má vontade e falta de cuidado que tem sido comum entre os repórteres dos grandes jornais brasileiros.
O senador pediu que o jornal corrigisse a informação, mas o estrago já está feito.
Se a correção for feita, certamente, se limitará a uma nota de rodapé na edição de amanhã. Muito diferente do enorme box, com fotos, publicado hoje na página 3 com a informação equivocada.
E dane-se a verdade.

E eu com isso?

Tá certo que o casamento do princípe William com a plebeia Kate Middleton, é um belo conto de fadas moderno e um evento internacional de porte. Mas já está enchendo o saco o exagero com que a imprensa tupiniquim está tratando o casório real, abrindo páginas e mais páginas nos jornais e minutos e mais minutos nos telejornais. Hoje, por exemplo, faltando 2 dias pra festança, o Correio Braziliense dá até chamada no alto da primeira página e um selo contando o tempo que falta pro casório. Se ainda fossem só as revistas de fofocas e celebridades ainda vá lá. Haja provincianismo....

terça-feira, 26 de abril de 2011

O inferno de Guantánamo

Os jornais de hoje noticiam que novos documentos, divulgados pelo site wikileaks, revelam mais horrorres, barbaridades, arbitrariedades e injustiças cometidas na prisão americana de Guantánamo, incrustada em território cubano. Segundo os documentos, pelo menos 150 pessoas que foram presas ali desde 2002 eram inocentes.
Confesso que nunca consegui entender como os Estados Unidos mantém uma prisão desse tipo em Cuba. Sabe-se pouco sobre Guantánamo, mas o que se sabe é suficiente pra imaginar que ali funciona uma sucursal do inferno, muito parecida, ou certamente pior, do que existia nos DOI-CODIs brasileiros, durante a ditadura militar.
É inaceitável que os Estados Unidos, que se arvoram em defensores da liberdade e da democracia, usando sempre esses argumentos para justificar as atrocidades que cometem mundo afora, continuem mantendo essa prisão em funcionamento.
Assim como é inaceitável que a imprensa mundial, inclusive a brasileira, sempre pródiga em denunciar violações de direitos humanos em Cuba e na China, se cale sobre o que acontece nos porões de Guantánamo, sob o controle do governo e dos órgãos de segurança dos Estados Unidos.
Já passou da hora de se organizar uma campanha internacional de peso pelo fechamento definitivo da prisão e da base americana de Guantánamo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Aula de samba

Pra quem gosta de samba, do verdadeiro e autêntico samba de raiz, essa semana é imperdível. Quinta e sexta-feira, no Teatro da Caixa, o grande Monarco, da Velha Guarda da Portela, faz dois shows comemorativos dos seus 50 anos de samba. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia).
Monarco é, pra mim, o maior sambista brasileiro vivo e em atividade. Um verdadeiro professor de samba. Sucessor direto de Paulo da Portela. Mestre dos Mestres. Seus shows costumam ser um verdadeira aula de samba. Além de cantar os clássicos portelenses, obras-primas de Alvaiade, Casquinha, Candeia, Alcides Malandro Histórico, Manacéa, Mijinha, Ventura, Alberto Lonato, Argemiro e tantos outros, e seus próprios clássicos, como Coração em Desalinho, Vai Vadiar, O Lenço, Passado de Glória, entre outros, o professor Monarco costuma fazer homenagens especiais aos grandes nomes do samba brasileiro, como Cartola, Silas de Oliveira, Zé Keti e, é claro, Paulinho da Viola.
Quem gosta de samba, não pode perder. Quem não gosta, é a hora certa pra começar a gostar.
Enquanto isso, deliciem-se com essa pequena entrada. O making off do DVD de Monarco que está prontinho pra sair do forno.

E se fosse o Lula...

O blog Quanto tempo dura?, com muito bom humor, mostra como poderia ser a cobertura da grande imprensa se o ex-presidente Lula tivesse sido parado numa blitz com a carteira de motorista vencida e se recusado a soprar o bafômetro. Confira e divirta-se!

O bafômetro e o bombom de cupuaçu

Reproduzo aqui, por oportuníssimo, artigo de Luiz Carlos Azenha, na Carta Maior, traçando um pararelo sobre o comportamento da imprensa no episódio do senador Aécio Neves, pego numa blitz de trânsito com a carteira de motorista vencida e se recusando a soprar o bafômetro, e uma cena, ocorrida em 2004, com o presidente Lula que comeu um bombom, numa solenidade, e jogou o papel no chão. Não que seja correto um presidente da República (ou quem quer que seja) jogar papel no chão. Mas transformar esse gesto num atentado à moral e aos bons costumes e tratá-lo quase como um crime, como fez, na época, a Folha de São Paulo, é um evidente exagero. O papel do bombom do Lula rendeu comentários ácidos de vários colunistas da Folha. Já o bafômetro do Aécio......

domingo, 24 de abril de 2011

Salve, Jorge!

  
 u  andarei  vestido  e  armado, com as armas  de  São Jorge. Para  que  meus  inimigos tendo  pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem, nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal. Armas de fogo o  meu corpo não alcançarão, facas  e  lanças  se  quebrem  sem  ao  meu corpo chegar, cordas  e correntes se quebrem sem ao meu corpo,  amarrar. 

SALVE JORGE!  

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Alma de torcedor

Todos que me conhecem sabem que eu sou corinthiano, doente, fanático, daqueles que não perde um jogo do Timão, que chora de alegria, nas conquistas, e de tristeza, nas derrotas. Quando morava em São Paulo não perdia um jogo no estádio, seja no Pacaembu, no Canindé, no Parque São Jorge (sim, meninos, eu vi muito jogo na Fazendinha), naquele campo da Rua Turiassú daquele time de verde, na Rua Javari, na Rua Comendador Souza, em Campinas, Ribeirão Preto, Araraquara, fui ao Rio, a Belo Horizonte, a Porto Alegre. Enfim, onde o Timão estava eu estava também. Quando era militante semi-clandestino evitava marcar pontos na hora de jogos do Corinthians, ou marcava perto do Pacaembu, para poder cobrir o ponto e depois ir ao jogo.
Torço mesmo é pro Corinthians. Para a seleção, só torço de verdade quando tem algum corinthiano no time, ou em Copas do Mundo.
Gosto de volei e basquete, mas raramente acompanho, a não ser em Olimpíadas ou ocasiões especiais.
Mas, a alma de torcedor tem seus mistérios.
E, sabe-se lá porque, além do Corinthians, tenho um outro time: o New York Nicks, que agora, depois de muitos anos, volta a disputar os playoffs da NBA.
E aí é que aparecem os mistérios da alma de torcedor.
Ontem à noite fiquei grudado na tela do computador para acompanhar on line o segundo jogo do Nicks contra o Boston Celtics, na abertura dos playoffs da NBA, que não estava passando em nenhum canal de tv por assinatura.
Sabe-se lá porque senti meu coração apressado ao ver na tela on line, onde só apareciam as estatísticas do jogo, não as imagens, que o Nicks ganhava por 93 a 92, faltando 9 segundos para o fim do jogo. Olhos grudados na tela do computador, aqueles nove segundos pareceram uma eternidade. A tela não mudava, o cronômetro não andava, não sabia o que estava acontecendo, não via as imagens.
Finalmente, a tela mudou, o cronômetro zerou e em nove segundos o Boston virou o jogo para 96 a 93 e fez dois a zero na série. Imagino que tenha sido uma cesta de 3 pontos e um lance livre ou uma cesta de 2 pontos e dois lances livres. Mas não sei se foi isso mesmo.
Agora só nos resta ganhar os dois próximos jogos no Madison Square Garden, em Nova Iorque, para empatar a série.
Torcedor tem cada uma....

terça-feira, 19 de abril de 2011

Secretaria de Cultura acata recurso da ARUC e a inclui na programação dos 51 anos de Brasília.Só que....

A Secretaria de Cultura acatou o recurso da ARUC e incluiu, finalmente, a maior campeã do Carnaval de Brasília, com 31 títulos, reconhecida oficialmente como Patrimônio Cultural da Humanidade, e que este ano completa 50 anos de vida, na programação oficial dos 51 anos de Brasília. No entanto, a ARUC vai se apresentar no dia 30 de abril, na semana que vem, no Gama. Pra quem se acostumou a ganhar carnaval na Ceilândia, participar da festa do aniversário da cidade fora dos dias e dos palcos nobres até que faz sentido. Mas que é esquisito é. Parece que querem esconder o carnaval de Brasília. Mas, tudo bem. A ARUC promete sacudir o Estacionamento do Bezerrão, na semana que vem, e mostrar pro povo do Gama a força e a beleza do seu carnaval. O povo merece. Afinal, é pra ele mesmo que a ARUC faz carnaval!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Conversa Afiada identifica PM que parou carro de Aécio

Deu no site Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim. Um pouco de humor não faz mal a ninguém.

Novela ruim, mas oportuna

Imperdível o artigo do meu amigo Hélio Doyle, no site Brasil 247, intitulado Hístória Interditada, comentando a reação à novela Amor e Revolução do SBT. No artigo, ele diz que enquanto Argentina e Uruguai punem torturadores e assassinos, aqui se discute uma novela e tentam tirá-la do ar.
No sábado, pela primeira vez vi um capítulo da novela. Realmente, enquanto novela, ela é muito ruim. Os textos são piegas, a interpretação parece coisa de colegiais, apesar de alguns atores rodados, e algumas cenas são ridiculamente estereotipadas, o que tira muito da autenticidade e do impacto da novela. No sábado não teve nenhum depoimento de ex-presos políticos que, segundo se comenta, são a melhor coisa da novela.
Mas, mesmo assim, é uma novela oportuna e importante, principalmente por levar para a TV um tema tão delicado e pouco conhecido, como o da tortura e da repressão aos que se opuseram ao golpe militar de 1964. Pena mesmo que não seja na Globo.
Eu sou daqueles que defendem que os crimes cometidos pelos militares durante a ditadura - torturas, assassinatos, desaparecimentos - devem sim ser julgados e os responsáveis por eles devem ser punidos. Exatamente como já fizeram e ainda fazem nossos vizinhos do Chile, Uruguai e Argentina. Onde, aliás, a violência e os crimes dos militares foi muito maior do que a dos nossos milicos.
A reação de militares comprometidos com os porões da ditadura à novela do SBT mostra o quanto essas criaturas são desequilibradas. Querem a censura de volta. Parecem que não se convenceram que hoje vivemos numa democracia.
E exatamente por isso é que seus crimes precisam ser julgados.
Comissão da Verdade e cadeia neles!

Dois pesos e duas medidas

Os jornalões noticiam hoje com absoluta discrição o incidente em que se envolveu, no Rio de Janeiro, na madrugada de domingo, o senador Aécio Neves, que foi pego numa blitz de trânsito com carteira de habilitação vencida e se recusou a fazer o teste do bafômetro. As notícias registram, como é correto, a versão oficial da assessoria de imprensa do senador, e os nossos vigilantes colunistas políticos não fizeram nenhum comentário sobre o episódio.
Pena que essa postura da imprensa não é adotada sempre.
Imaginem se no lugar de Aécio, o envolvido no incidente fosse, por exemplo, o ex-presidente Lula. Com certeza, renderia até editorial.....

sábado, 16 de abril de 2011

ARUC fica fora da festa dos 51 anos de Brasília

A coluna Do Alto da Torre, do Jornal de Brasília, de hoje, e o Blog do Turiba repercutem a exclusão da ARUC dos artistas selecionados para participar das festividades dos 50 anos de Brasília. Leiam o que eles dizem.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A Portela não merece isso

Na semana em que completou 88 anos de vida, a gloriosa Portela, maior campeã do Carnaval carioca, ocupa as manchetes dos jornais de forma triste e constrangedora. A Portela não está nos jornais por suas glórias, vitórias e tradições. As notícias dizem que o Supervisor de Carnaval da Portela, o sargento da PM, Marcos Vieira Souza, o Falcon, e seus três seguranças, foram presos ontem por agentes da Corregedoria da Polícia Civil e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais. Na mala do carro do policial, uma Pajero blindada, foram encontrados quatro pistolas, garrucha, carregadores, mais de 100 munições, entre elas de fuzil, silenciador, faca, gás de pimenta, taco de beisebol e R$ 32 mil em espécie. Marcos Falcon que recentemente foi apresentado à comunidade como o novo homem forte do carnaval portelense é suspeito de ligações com a milícia do vereador Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, preso quarta-feira na operação Blecaute.
Essa notícia entristeceu a todos os portelenses.
Eu, que frequento a quadra e desfilo na Portela há muitos anos e tenho relações pessoais com vários portelenses ilustres, como Monarco, Tia Surica, Noca da Portela, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Serginho Procópio, Áurea Maria, Guaracy, Marcelo Jacob e o próprio presidente Nilo Figueiredo, não conheço, nunca vi, e não sei a história de Falcon na Portela. Dizem que ele é querido na comunidade. Mas o fato é que a Portela não merece passar por esse constrangimento.
Eu quero que o carro do supervisor de carnaval da minha Portela esteja cheio de figurinos, fantasias, plumas e paetês, e não de armas, munições e gás de pimenta.
Sem fazer qualquer pré-julgamento, espero que o presidente Nilo Figueiredo anuncie, o mais rápido possível, o afastamento desse senhor do cargo que ocupa na Portela, até que todas as acusações contra ele sejam esclarecidas.
A Portela de Paulo, de Candeia, de Clara Nunes, de João Nogueira, de Jair do Cavaquinho, de Monarco, de Tia Surica, de Paulinho da Viola, de Zeca Pagodinho, de Teresa Cristina e de todos nós que a amamos não merece isso.
Avante, Portelenses, para a vitória!

Os porões estrebucham e deliram

Um certo José Luiz Dalla Vecchia, militar reformado da Aeronáutica, 1º secretário da Associação Beneficente dos Militares Inativos Graduados da Aeronáutica (ABMIGAer), está articulando um abaixo-assinado pedindo a retirada do ar da novela  "Amor e revolução", escrita por Tiago Santiago e exibida no SBT. O autor da mobilização alega que o folhetim pode colocar a população contra as Forças Armadas. No texto de abertura do abaixo-assinado, os reservistas insinuam que a novela parece ser um acordo firmado entre o proprietário da emissora, Silvio Santos, e o governo federal por meio da Comissão de Verdade para quitar as dívidas do Banco Panamericano que pertencia ao apresentador e foi recentemente negociado por R$ 450 milhões.
Não sei se é pra rir ou pra chorar.
Ainda não vi nenhum capítulo dessa novela, mas abaixo-assinado de militares ligados à repressão, pedindo censura, é um pouco demais.
Ao contrário do que dizem os milicos de pijama, lembrar o que aconteceu nos porões da ditadura sempre é importante, para que a juventude de hoje nunca se esqueça daqueles anos de terror.
Como já ensinou Kelé Maxacali, índio da aldeia de Mikael, em Minas Gerais:
"Meu pai contou para mim;
eu vou contar para meu filho.
Quando ele morrer?
Ele conta para o filho dele.
É assim: ninguém esquece."

Adeus às Armas II

Cada dia aumenta mais a reação dos órgãos de imprensa e de alguns importantes colunistas políticos à proposta do presidente do Senado, José Sarney, de promover um plebiscito sobre a venda de armas no país. Hoje tem até editorial do Estadão. A intensidade da reação contrária à proposta de Sarney chama a atenção e me deixa com uma pulga atrás da orelha. Por que, afinal, tanta reação contra essa proposta? O que estaria por trás disso? Como não dá pra ser a favor da venda de armas, os críticos da proposta do plebiscito esgrimam argumentos frágeis, tachando-a de oportunista, dispendiosa e inoportuna, alegando que a população já se manifestou sobre o assunto há 6 anos. Insisto, e daí? Será que em 6 anos a opinião do povo não pode mudar? A gente não vota pra presidente de 4 em 4 anos? Por que não se pode fazer um plebiscito seis anos depois?
Isso não  me cheira bem.
Todo mundo sabe que existe uma poderosa bancada das armas, assim como existe uma bancada ruralista, evangélica, sindicalista, etc. Mas será que a indústria armamentista está criando também uma rede de apoio na mídia?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Que democracia é essa?

Outro dia elogiei aqui a iniciativa da Secretaria de Cultura do DF de abrir um Chamamento Público para selecionar os artistas e grupos musicais que vão participar dos festejos dos 51 anos de Brasília. Realmente, uma boa iniciativa.
No entanto, divulgados os resultados, surgem dúvidas.
Foram selecionados 103 grupos musicais por uma Comissão integrada por três pessoas: José Fernandez Dias, Wilson de Morais e Francisco Alves Ferreira que estabeleceu 37 pontos como nota de corte para a categoria música.
Os critérios técnicos para a pontuação foram qualidade artística e técnica dos candidatos (0 a 10 pontos); currículo do grupo. (0 a 5 pontos); detalhamento claro e coerente da proposta - sinopse do show ou apresentação (0 a 5 pontos);  propostas adequadas física e conceitualmente ao espaço onde ocorrerão as apresentações (0 a 10 pontos) e potencial de inserção do artista no mercado da economia criativa (0 a 10 pontos).
Quais os critérios que essa comissão adotou para dar as suas notas? Ninguém sabe, ninguém viu. O que é exatamente o pomposo critério potencial de inserção do artista no mercado da economia criativa? Ninguém sabe, ninguém viu.
A ARUC, mais antiga escola de samba da cidade, que este ano completa 51 anos de atividades, maior campeã do carnaval, considerada oficialmente Patrimônio Cultural Imaterial do DF, não foi selecionada entre os 103 grupos musicais eleitos. Ele obteve 36 pontos, ficando um ponto abaixo da tal nota de corte. E obteve esses pontos porque, por exemplo, no critério currículo do grupo, que valia 5 pontos, recebeu 4 pontos. Bastava esse ponto a mais para chegar ao mágico número de 37 pontos.
Cá entre nós, não dar a pontuação máxima no quesito currículo do grupo, é inexplicável. Será que uma entidade que tem 50 anos de existência, ganhou 31 vezes o carnaval e é considerada Patrimônio Cultural Imaterial do DF não merece nota máxima no quesito currrículo?
Sinceramente não dá pra entender.
Se a ARUC ficasse de fora de uma seleção de, digamos, cinco grupos musicais, ainda vá lá. Mas deixar a ARUC de fora de uma seleção de 103 grupos musicais é absolutamente incompreensível.
Cheira a má vontade, preconceito contra o carnaval, perseguição, má fé ou sacanagem mesmo de algum desses três iluminados membros da Comissão Julgadora.
Lamentável.
No ano em que comemora seus 50 anos de vida, a ARUC, Patrimônio Cultural Imaterial do DF, ficar de fora da festa dos 51 anos de Brasília porque os iluminados da Comissão Julgadora acharam que ela não merecia os 5 pontos do quesito currículo do grupo é uma vergonha que mancha e contamina a boa intenção da Secretaria de Cultura.
São os ônus da democracia. Ou será do democratismo, tão ao gosto dos petistas.....

Os excessos do Ministério Público

Mais uma vez o Ministério Público do Distrito Federal tenta interferir na vida da cidade de forma autoritária. Dessa vez, os nobres promotores de Justiça querem impedir a entrega dos boxes da nova Feira da Torre de TV aos artesãos, com o argumento de que existem várias irregularidades na obra, no projeto e no processo de transferência dos artesãos. Segundo o Ministério Público, o projeto da nova Feira da Torre altera o projeto urbanístico da capital.
Há um evidente exagero nessa afirmação.
Se a obra teve irregularidades, que os responsáveis por elas sejam punidos. Mas o que não dá é para querer derrubar o que já está pronto. Além disso, impedir a transferência dos artesãos é uma bobagem sem tamanho.
Será que os nossos tão aguerridos e vigilantes promotores preferem a bagunça, a sujeira e o pardieiro da velha Feira? Dizer que a nova Feira fere o projeto urbanístico da capital é um absurdo.
A obra ficou bonita, não interfere em  nada na vida da cidade, oferece mais conforto, segurança e higiene aos feirantes e ao público, além de permitir que as obras de reforma da Torre de TV possam ser feitas com total segurança.
Realmente, tem hora que não dá pra entender o Ministério Público. Uma coisa é fiscalizar obras e recursos públicos, o que é elogiável. Outra coisa é se colocar como um xerife todo-poderoso, acima do bem e do mal, atrapalhando a melhoria da vida na cidade.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Adeus às Armas

Os jornais de hoje repercutem a proposta do presidente do Senado, José Sarney, de fazer um novo plebiscito sobre a proibição de venda de armas no País. O noticiário mostra que o assunto divide o Congresso e o Executivo e insinua que o poder econômico da indústria de armas estaria por trás das resistências à aprovação de uma nova consulta popular sobre o desarmamento.
O massacre de Realengo ressuscitou a proposta de nova consulta popular. O que não se esperava é que as reações contrárias fossem tão fortes e partissem de gente graúda, como o presidente da Câmara dos Deputados, o petista Marco Maia.
O argumento de Maia, no entanto, é frágil. Ele diz ser contra a proposta porque não se pode passar por cima do resultado do referendo de 2005, quando 64% disseram não à proibição da venda de armas no país.
Ora, isso é um bobagem.
Por quê não se pode voltar a consultar o povo, seis anos depois? Qual o dispositivo legal que diz que a consulta de 2005 é perpétua? Em seis anos muita coisa pode mudar, no país, e na cabeça das cabeças. A vida anda, o mundo é dinâmico, as coisas mudam.
Como ensinava o Barão de Itararé, triste não é mudar de ideia. Triste é nao ter ideias para mudar.
Portanto, parece claro que esse argumento é apenas uma cortina de fumaça para desviar a atenção do principal.
Segundo dados divulgados nos jornais de hoje, a indústria de armas doou R$ 2,9 milhões para candidatos que disputaram as eleições do ano passado.
Aí é que pode estar o nó da questão. Deputados que se elegeram com essas doações, certamente, não ficarão confortáveis defendendo uma nova consulta popular que pode proibir a venda de armas no país o que, evidentemente, não interessa à essas indústrias.
É claro que a simples proibição da venda de armas não vai resolver o problema da violência e da segurança pública no Brasil, muito menos impedir que cenas com as do massacre de Realengo voltem a se repetir. Mas, também é claro, que alguma coisa precisa ser feita.
E proibir a venda de armas pode ser um bom primeiro passo.
O que chama atenção, também, é o comentário de alguns colunistas, tachando a proposta de Sarney de "oportunista". Isso soa estranho. Será que além da bancada das armas também temos os colunistas das armas?
Essa discussão precisa ser enfrentada sem hipocrisia. Que a bancada das armas mostre a sua cara e o povo decida.
E espero que decida dando um adeus às armas.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Um caminho a ser seguido

Confesso que o anúncio da contratação de Paulo Roberto Falcão como o novo técnico do Inter de Porto Alegre me deixou com uma pontinha de inveja. Eu sempre defendi a tese de que ex-ídolos de grandes times, de reconhecido talento dentro e fora do campo, deveriam ser opções preferenciais para dirigirem seus times, desde que, é claro, tenham vocação para exercerem a função de técnico. Pra mim, um ex-ídolo dirigindo um time, principalmente os de massa, aumenta a identidade do time com a torcida e cria uma relação de respeito, liderança e comprometimento dos jogadores com o time. Os atletas vão saber que estão sendo dirigidos por alguém que conhece melhor do que eles a história do clube, o jeito de ser daquele time e as reações de sua torcida. Essa é uma receita que tem tudo para dar certo.  Imaginem Zico dirigindo o Flamengo, Ademir da Guia o Palmeiras, Pelé o Santos, Rogério Ceni o São Paulo, Roberto Dinamite, técnico, não presidente, o Vasco e assim por diante.
No caso do meu Corinthians eu sempre sonhei em ver um triunvirato na direção técnica do time: Sócrates, Casagrande e Wladimir.
Quem sabe um dia esse meu sonho não vira realidade.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Parabéns Portela, 88 anos de glória!

Paulinho da Viola, o seu sucessor

Paulo da Portela, nosso professor
 

 
Hoje, a Portela faz 88 anos de vida. 88 anos de glórias, pioneirismo e inovações.
Com 21 títulos, a azul branco de Oswaldo Cruz e Madureira é a única escola de samba do Rio de Janeiro que conquistou sete títulos consecutivos do carnaval carioca.
A Majestade do Samba é Pioneira no Carnaval Carioca e contribuiu com grandes inovações  para o crescimento do Carnaval.
A Portela foi a campeã do primeiro desfile oficial do carnaval carioca, no ano de 1935. E nesse ano, trouxe para a avenida um rústico globo terrestre idealizado por Antônio Caetano, introduzindo, assim, as alegorias nos desfiles das escolas de samba.
Em 1939 – o samba de Paulo da Portela, “Teste ao Samba”, é considerado o primeiro samba de enredo. Ano em que, uma vez mais, a Portela inovou ao trazer para o desfile fantasias totalmente enquadradas ao enredo.
A Portela foi à escola que introduziu nos desfiles a Comissão de Frente e, foi também a primeira escola a trazer uma comissão de frente uniformizada, por iniciativa de “Candeia Velho”, nome pelo qual ficou conhecido o antigo portelense Antônio Candeia após o sucesso do filho com o mesmo nome.
A Portela foi a primeira escola a usar cordas para organizar os desfiles. Inúmeros portelenses, hoje bastante consagrados, deram seus primeiros passos no mundo do samba segurando essas famosas cordas.
Antônio Caetano e Lino Manuel dos Reis são considerados por muitos estudiosos como precursores dos atuais carnavalescos que, atualmente, realizam maravilhosos espetáculos. Coube a eles introduzir o espelho e outros tantos materiais considerados importantes na feitura das alegorias.
Em 1970, por seu carnavalesco Yarema, introduz o uso de isopor na elaboração das esculturas nas alegorias.
Adalberto dos Santos, o homem que desenvolveu as características da bateria, teve a idéia de usar um apito para comandar seus ritmistas após observar um guarda de trânsito no exercício de sua função. Mestre Betinho, nome pelo qual ficou conhecido e eternizado na história da Portela, também foi o responsável pela utilização da caixa-surda e reco-reco pelas escolas de samba.
A Portela foi à primeira escola de samba a trazer uma mulher na bateria tocando surdo. Dagmar, assim, entra para a história do carnaval carioca.
Em 1964, a Portela trouxe para a Avenida, um grupo de violinistas para representar o enredo “O segundo casamento de D. Pedro”.
A Portela, a partir de 1970, passa a realizar seus ensaios, também na sede esportiva do Botafogo Futebol e Regatas, tornando-se a primeira escola a ensaiar e levar o samba para a zona sul da cidade do Rio de Janeiro.
Em 1934, à Portela  participou do filme “Favela dos meus amores”, de Carmem Santos e Humberto Mauro, tornando-se a primeira escola de samba a atuar em uma produção cinematográfica. Em 1936, novamente a Portela  é convidada a atuar no cinema, dessa vez o filme foi “O bobo do Rei”.
Em 1934, viajou para Valença, no interior do Estado do Rio de Janeiro, sendo assim a primeira escola de samba a excurcionar.
Em 1937, Paulo da Portela, participou da primeira excursão de sambistas para o exterior, ajudando a difundir nossa música em Montevidéu, Uruguai.
“Lá vem ela chorando”, também conhecida como “Dinheiro não há”, da autoria de Ernani Alvarenga, cantado em desfile pela Portela , foi o primeiro samba a fazer sucesso nas rádios.
Coube, em 1957, a Ala dos Impossíveis, da Portela, o pioneirismo de ser a primeira ala coreografada da história do Carnaval.
Vale, ainda, registrar, que em novembro de 2001, a Portela, numa cerimônia em Brasília, foi agraciada pelo então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, com a “Ordem do Mérito Cultural”, em reconhecimento aos serviços prestados, ao longo dos anos, em defesa da cultura nacional.
Em novembro de 2004, recebeu a visita do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia bastante comentada e noticiada, por se tratar de fato inédito e ímpar, pois era a primeira vez em que um Presidente da República, em exercício, comparecia a quadra de uma escola de samba, num seminário que dava partida para a discussão, análise e elaboração, em novos seminários, de projetos sociais para os bairros de Oswaldo Cruz e Madureira, e áreas adjacentes.
Ainda em 2004, recebeu as visitas do Sr. Presidente da Câmara dos Deputados Deputado João Paulo da Cunha e do Sr. Presidente do Supremo Tribunal Federal Ministro Nelson Jobim, fatos também inéditos na história de uma escola de samba.
Por tudo isso, tá na hora de Portela reagir e voltar a ser campeã do carnaval.
Parabéns, Portela, a Majestade do Samba!
A Portela de Paulo, Natal, Candeia, Manacéa, Tia Vicentina, Dodô, Monarco, Clara Nunes, Tia Surica, Zé Keti, Paulinho da Viola, Wilson Moreira,Noca da Portela, Zeca Pagodinho, João Nogueira, Teresa Cristina, Diogo Nogueira e tantos outros bambas.
Avante portelenses para a vitória!
Monarco, líder da Velha Guarda


Natal, o homem de um braço só





O futebol reverencia as vítimas do massacre de Realengo

 













Ontem, praticamente todos os estádios brasileiros, viram homenagens de jogadores e torcedores às crianças assassinadas em Realengo. Foi o dia em que o futebol brasileiro mostrou sua capacidade de ser solidário e comprometido com a paz.
De todas as homenagens, a mesma tocando, sem dúvida alguma, foi do Time do Povo, o Corinthians, e sua Fiel Torcida. No Pacaembu, os jogadores do Timão usaram camisas com os nomes das crianças mortas nas costas e, nas arquibancadas, a Gaviões da Fiel soltou balões brancos com faixas onde se liam os nomes das vítimas.
Uma bela e emocionante homenagem.
Esse é o Corinthians! O time do povo, da massa, da gente sofrida.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Até o Cristo chorou......!


A tragédia de Realengo chocou o Brasil e revoltou a todos.Agora já se fala em rever o Estatuto do Desarmamento e retomar o debate sobre a proibição da venda de armas. Vamos ver se esse debate vai mesmo adiante ou será esquecido daqui há alguns dias, assim que as imagens da tragédia sairem das retinas do povo e das manchetes dos jornais e telejornais.
Será que dessa vez a bancada da bala vai perder?

Tempestade em copo d´água

Os jornais de hoje fazem um tremendo auê porque o presidente da Câmara Federal, Marco Maia, e o deputado Romário (PSB-RJ) vão aproveitar uma viagem oficial à Espanha para, no sábado, assistirem ao grande clássico Barcelona x Real Madri.
Os jornais, na sua sanha udenista, acabam cometendo exageros e injustiças.
Uma coisa é criticar, questionar, condenar e pedir o fim dessas missões parlamentares ao Exterior, pagas por nós, contribuintes, e que, normalmente, não servem pra nada mesmo. Até aí tudo bem.
Outra coisa, muito diferente, é fazer esse carnaval todo porque os deputados vão assistir a um jogo de futebol.
Qual o problema nisso?
Se o ingresso não for pago com dinheiro público, não vejo nenhum problema.
E se em vez de irem ao futebol, os deputados fossem a uma missa, a um Museu ou a uma palestra do FHC? Será que os jornalões fariam o mesmo carnaval?
A imprensa, normalmente, exagera e acaba confundindo alhos com bugalhos.
A crítica às missões oficiais é justa. Mas reclamar do que os deputados vão fazer extra-agenda, num fim de semana, é um evidente exagero.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Perguntas idiotas (e burras)

É impressionante o despreparo da maioria dos repórteres de televisão para grandes coberturas ao vivo, como a da tragédia da Escola Municipal de Realengo, no Rio de Janeiro. Em situações como essa é inevitável que os repórteres façam perguntas idiotas, burras e sem sentido aos seus entrevistados. Uma pergunta recorrente é a clássica - "O que a senhora está sentindo?", disparada a queima-roupa para uma mãe desesperada que acabou de saber que seu filho foi brutalmente assassinado por um maníaco. Ora, o que o repórter acha que a mãe vai responder? Que está feliz? Que está tranquila? Esse é o tipo de pergunta idiota, desnecessária e burra, que nada acrescenta à reportagem. Perguntas desse tipo irritam o telespectador e contribuem para a péssima imagem que os jornalistas têm na população.
Sempre que vejo cenas como essa me lembro de um episódio hilário que, anos atrás, quase me fez bater o carro, ao ouvir uma então conceituada repórter da CBN perguntar, numa sexta-feira santa, ao Arcebispo de Brasília, Dom José Freire Falcão, porque a Igreja comemorava todos os anos a Paixão de Cristo, se era um episódio tão triste, tão sofrido, tão dolorido.
Outra vez, num Carnaval, fui entrevistado por uma repórter do SBT que na maior cara de pau perguntou pra mim com aquela cara de paisagem - "O que é ala?" , quando eu lhe respondi que a ARUC iria desfilar com 15 alas.
É impressionante o despreparo da maioria dos nossos repórteres de rádio e televisão. Entrevistar um presidente de escola de samba e não saber o que é uma ala, é a mesma coisa que entrevistar um jogador de futebol e perguntar pra que serve a bola.
E perguntar para uma mãe que acabou de perder um filho assassinado o que ela está sentindo é uma falta absoluta de bom senso, oportunidade e inteligência.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Gol de placa



O Ministério da Cultura acaba de fazer um gol de placa: adquiriu todo o acervo do Canal 100, famoso cine-jornal esportivo que encantava os amantes de futebol, exibido nas salas de cinema antes do filme principal, de 1959 a 1986, tendo como trilha sonora o samba de Luiz Bandeira, Na cadência do samba, que virou hino e trilha sonora do futebol brasileiro. O Canal 100 é o maior acervo cinematográfico do futebol brasileiro. Esse acervo será recuperado, digitalizado e disponibilizado ao público. Um gol de placa do Ministério da Cultura. Espero que esse material vire um DVD que possa ser vendido para os amantes do verdadeiro futebol brasileiro, o futebol dos tempos gloriosos. Assim, os meninos de hoje, que acham que Ronaldinho Gaúcho, Neymar e outros menos cotados são geniais, vão poder ver o que era o genial futebol brasileiro.

Tsunami tucana virou marola

Apesar de todo o aparato armado, inclusive midiático, o esperado discurso do senador Aécio Neves, ontem, no plenário do Senado, não foi a tsunami oposicionista que se esperava. Ficou mesmo mais para uma marolinha brejeira. Isso fica evidente nos jornais de hoje que repercutiram discretamente o discurso do senador mineiro.
As avaliações do discurso feitas pelas porta-vozes do tucanato na grande imprensa foram discordantes. Uma delas, mais elegante, considerou que a fala de Aécio foi "um consistente roteiro de oposição". Outra, mais hard, avaliou que o discurso de Tancredo foi "tépido na forma e repetitivo no conteúdo", e reconheceu que a fala proporcionou aos senadores governistas "uma oportunidade excelente de mostrar vigor e afinação".
Pelo jeito, o tiro saiu pela culatra.
Mas, pelo menos, a oposição agora tem um líder.

Uma questão de bom senso

Mais uma vez, uma manifestação na Esplanada dos Ministérios tumultua o trânsito na cidade e atrapalha a vida de milhares de pessoas. A marcha dos ambientalistas contra a aprovação do Código Florestal fez com que o trânsito no Eixo Monumental, no Parque da Cidade, na Esplanada dos Ministérios, no início da W3 Norte e na N2 Norte virasse um inferno na manhã de hoje. Por volta das 8h30, eu, por exemplo, gastei quase uma hora para chegar do Cruzeiro à Rodoviária, um trajeto em que, normalmente, levo, nesse horário, no máximo 15 minutos.
O direito de manifestação é livre e deve ser respeitado. O que não faz sentido é essas manifestações interferirem tanto na vida da cidade, como aconteceu hoje.
Não consigo entender porque a PM e as lideranças dessas manifestações não entram num acordo e passam a realizar essas marchas no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, em vez de ocupar as pistas de rolamento da via.
Na minha opinião, uma manifestação no gramado central da Esplanada seria muito mais bonita, impactante, nobre e não incomodaria o pobre cidadão que vai trabalhar.
Mas não, a própria PM estimula os manifestantes a usarem três ou até quatro faixas do Eixo, fazendo com que o trânsito na área central de Brasília vire um caos.
Eu nunca entendi porque o canteiro central da Esplanada é uma área morta, utilizada apenas eventualmente em grandes shows musicais ou eventos religiosos.
Quem conhece Washington, por exemplo, sabe que o Mall, uma grande avenida semelhante à nossa Esplanada, onde se concentram Museus e Secretarias do Governo americano, vive tomada pela população, que ali faz manifestações, caminhadas, joga basquete, beisebol, descansa, faz pic-nic, passeia, namora ou fica de papo pro ar.
O Mall de Washigton é o retrato de uma cidade viva, ao contrário do canteiro central da nossa Esplanada que vive às moscas. Parece uma natureza morta.
Eu sempre sonhei com uma Esplanada ocupada pelo povo, e não só em manifestações políticas. Sempre imaginei o canteiro central da Esplanada com quiosques, como os que existem nas orlas das cidades litorâneas, com o povo passeando, jogando bola, namorando, andando, descansando, enfim, vivendo.
Mas isso jamais acontecerá porque a ditadura do patrimônio histórico não permitirá.
Mas, pelo menos, que se transfiram as manifestações para o gramado, deixando de perturbar a vida do cidadão comum.
Isso é, apenas, uma questão de bom senso.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Novos ares na Cultura de Brasília

Termina hoje o prazo para a seleção pública de artistas de Brasília interessados em participar dos eventos em comemoração aos 51 Anos da cidade. Ao contrário do que aconteceu no governo Arruda, quando rios de dinheiro foram gastos com a contratação de artistas de qualidade duvidosa e cachês astronômicos, que transformaram a festa dos 50 Anos de Brasília num enorme vexame, dessa vez a Secretaria de Cultura decidiu democratizar e priorizar os artistas locais. Qualquer pessoa ou grupo pode se inscrever nas categorias música, circo, teatro e hip hop e se submeter à avaliação de uma comissão, integrada por 3 pessoas, que vai selecionar os 150 escolhidos para a festa, que vai durar de 15 de abril a 1 de maio, em todas as regiões administrativas do DF. Os cachês oferecidos variam de R$ 2 mil para grupos iniciantes a R$ 12 mil para grupos consagrados.
Nada mais democrático e transparente.
Que diferença do governo Arruda, quando a Brasiliatur torrava milhões de reais com artistas de fora, de qualidade duvidosa, insisto, e, conforme denúncias do MPDF, com cachês superfaturados.
Brasília merece uma festa de 51 anos para lavar a alma da cidade. Artistas para isso, nós temos de sobra.

Fora cartel dos combustíveis

Recebi agora pouco um convite no facebook para adicionar o perfil Fora Cartel dos Combustíveis. É a rede social entrando na batalha contra a máfia dos postos de gasolina. Engrossem essa corrente. Esse é um bom combate!

Caixa de ressonância tucana

O Globo de hoje, mais uma vez, desempenha o papel de porta-voz dos tucanos, publicando duas notas, em suas colunas políticas, sobre o discurso que o senador Aécio Neves fará hoje no plenário do Senado. O discurso de Aécio está sendo tratado pela mídia como um grande fato político, onde ele definirá os rumos da oposição. O Globo dá grande espaço para o discurso antes dele ser feito e, certamente, dará espaço maior ainda na edição de amanhã. Tudo bem. Cada um publica a notícia que quer, com o destaque que julga apropriado. Mas, cá entre nós, há um evidente exagero nessa exposição toda. A imprensa, assim como a oposição, está mais perdida do que cego em tiroteio por não encontrar um caminho para criticar e combater o governo Dilma. Então, ou chove no molhado das pautas vencidas - alta da inflação, mensalão, etc - ou superdimensiona as ações tucanas, dando poder de canhão para meros traques de São João.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Saudades do Kasebre 13

Um comentário do Hélio Doyle, em sua coluna no site 247, sobre a ida da presidenta Dilma ao teatro, neste fim de semana em Brasília, lembra que o ex-presidente Fernando Collor, muitas vezes quando candidato e poucas vezes como presidente, frequentou uma tradicional e já extinta pizzaria de Brasília, o Kazebre 13. A referência ao Kasebre 13 mexeu comigo. Ai que saudades da velha e boa pizzaria, da 504 Sul, na W-3, comandada com alegria napolitana pelo grande Vicenzo.
O Kazebre 13 foi a única pizzaria de Brasília onde se podia comer uma pizza verdadeira, principalmente para um paulistano como eu, recem-chegado ao Planalto, nos idos de 1977, e acostumado com as pizzas tradicionais da Paulicéia, do Michelucho, do Esperanza, do Castelões, e tantas outras cantinas e pizzarias.
Depois que o Kazebre fechou, não se come mais pizza verdadeira em Brasília.
Mas o Kazebre não vivia só das suas pizzas. Vivia, também, da presença poderosa do Vicenzo, andando pelas mesas, brincando com todos.
Fui frequentador assíduo do velho Kazebre 13, principalmente quando o Corinthians ganhava do Palmeiras. Nesses dias, não podia perder a oportunidade de tirar um sarro do palestrino Vicenzo.
E não era só o ex-presidente Collor que frequentava o Kazebre 13. Tancredo Neves também tinha mesa cativa na casa.
O Kazebre 13 faz parte da minha memória afetiva de Brasília e faz muita falta.
Ai que saudades!

Portinari será enredo da ARUC em 2012

A ARUC, a grande campeã do carnaval de Brasília,  mais uma vez, saiu na frente e lançou, neste sábado (02/04),  o seu tema-enredo para o Carnaval 2012 - Portinari, as cores e as caras do Brasil, em homenagem aos 50 anos da morte do pintor Cândido Portinari, falecido no dia 6 de fevereiro de 1962.
O enredo foi anunciado na feijoada de confraternização do Departamento de Carnaval, que reuniu representantes da comunidade e de todos os segmentos da escola, e contou com as presenças do deputado federal e Secretário de Habitação do GDF, Geraldo Magela, do deputado distrital Raad Mansur, do administrador do Cruzeiro, Salim Sidartha, do administrador do Sudoeste/Octogonal, Marcelo Cipriano, presidente da Uniesbe, Pará, e de representantes da comunidade e dos diversos segmentos da escola.
O enredo será desenvolvido com a colaboração do carnavalesco Alexandre Louzada, hoje na Mocidade Independente de Padre Miguel, e a ARUC pretende envolver os artistas plásticos da cidade na decoração dos carros alegóricos.
O secretário de Cultura, Hamilton Pereira, ficou entusiasmado com o projeto, e se colocou à disposição para organizar um evento, no Museu da República, com a presença de João Cândido Portinari, filho do artista, e diretor da Fundação Portinari

A bobagem dos 100 dias


No próximo domingo, dia 10 de abril, o governo Dilma e todos os governos estaduais completam 100 dias.
Certamente, os jornais, rádios e televisões vão encher nossa paciência com balanços, análises e avaliações do desempenho da presidenta e dos governadores nesses emblemáticos 100 dias.
Mas, cá entre nós, isso é uma grande bobagem.
De onde veio essa paranóia dos 100 dias? Por que não 90 dias? Ou 200 dias? Ou 300 dias?
Quem disse que 100 dias é uma marca importante na vida de um governo? Quem garante que em 100 dias é possível deixar uma marca definitiva para uma administração?
Há governos que deixam uma marca forte e consolidada em semanas. Outros passam todos os 4 anos do mandato sem deixar nada que impressione e os faça entrar na história.
Dizem que essa mania tem origem no Governo dos Cem Dias de Napoleão Bonaparte, período compreendido entre 1º de março de 1815 - quando Napoleão retorna do seu exílio na ilha de Elba - e 18 de junho do mesmo - quando seu exército é vencido na batalha de Waterloo.
Se for isso mesmo, a bobagem é ainda maior. Afinal, são 100 dias de uma derrota. Portanto, pra quê comemorar?
Mas, pra não perder a viagem, vou dar meu pitaco curto e grosso, sobre os emblemáticos 100 dias dos governos Dilma e Agnelo.
Nos seus 100 dias de governo, Dilma conseguiu mostrar suas diferenças de estilo com o ex-presidente Lula, surpreendeu a todos, deixou a oposição e a mídia desorientadas, não criou nenhuma grande crise e surfa em elevados e históricos índices de popularidade.
Já os 100 dias de Agnelo são mais napoleônicos, digamos. Continua batendo na surrada e desgastada tecla da herança maldita, não tem nenhuma grande realização para apresentar (o que, aliás, é normal, pois ninguém faz nada grandioso em 100 dias), já perdeu um secretário - o de Desenvolvimento Econômico, José Moacir Vieira, e começa a ser olhado com uma certa desconfiança pela população, que depositou no seu governo uma enorme expectativa

Preço do etanol em Brasília é caso de polícia

O Correio Braziliense de hoje publica uma matéria mostrando que o preço do litro do etanol nos postos de Brasília - R$ 2,84 - é o mais caro do país. Só este ano, o preço do litro do etanol subiu oito vezes, ficando 39,9% mais caro. Aqui em Brasília, o etanol é apenas R$ 0,03 mais barato que a gasolina.
Isso é um escândalo!
Independente de qualquer explicação ou justificativa técnica, a verdade é que os postos de combustível de Brasília formam um cartel, agindo como uma verdadeira máfia. Eles manipulam preços, prejudicando e lesando os consumidores.
Até quando isso vai continuar?
Cadê o CADE e outros órgãos de defesa do consumidor?
A máfia dos combustíveis em Brasília é um caso de polícia.

Ponto biométrico lota estacionamentos do Senado

Um funcionário do Senado, daqueles tantos que trabalham de verdade, todos os dias, de segunda a sexta, 8 horas por dia, faça chuva ou faça sol, levou hoje, por volta das 10 horas da manhã,  45 minutos para encontrar uma vaga nos estacionamentos do Senado, até mesmo naquele mais distante, na frente da garagem do Palácio do Planalto, na Via N2, onde normalmente se encontra vaga com relativa facilidade.
O que isso significa? Elementar, meu caro Watson. Significa que o ponto biométrico, que começou a funcionar na sexta-feira passada, começa a dar resultado concreto e mais funcionários estão indo trabalhar.
A TV Globo deveria mostrar isso também.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Outra pauteira tucana

Para fazer justiça, não foi só Eliane Cantanhêde que se travestiu hoje de pauteira do tucanato. No Estadão, Dora Kramer, outra porta-voz das angústias tucanas, também publica na sua coluna diária um puxão de orelhas nos tucanos. Em nota intitulada O gato comeu, Dora também cobra mais combatividade dos tucanos na crítica ao governo Dilma. "Inflação subindo, custo de vida disparando, risco de uma explosão de preços, e os tucanos, em cujo governo se estabilizou a moeda, calados", escreve. A diferença é que o Estadão, ao contrário da Folha, não tem na mesma edição matéria dizendo que o programa do PSDB vai bater na inflação. Pelo jeito, Dora não conseguiu mandar sua pauta-protesto ao comando tucano antes da publicação da sua coluna.

Quem pautou quem?

A Folha de São Paulo de hoje tem uma estranha coincidência. Na página 2, a pensata da minha amiga Eliane Cantanhêde, escrita de Belo Horizonte, cobra do PSDB uma postura mais agressiva na crítica a uma suposta escalada inflacionária no governo Dilma. "Os governadores "de oposição" vão simplesmente calar? Vão forçar a comparação com o Plano Real de FHC e cobrar providências? Ou, ao contrário, vão ser todos elogios às medidas da presidente e do governo do PT?", estrebucha Eliane, quase que exigindo que os tucanos sigam seu conselho. Já na página 6, da mesma edição, matéria da repórter Vera Magalhães, também escrita de Belo Horizonte, informa que o PSDB vai usar os comerciais a que tem direito em maio para bater na tecla de que, quando governou o país, foi responsável pelo fim da inflação e para mostrar preocupação com os sinais de "descontrole" nos preços.
Estranha coincidência. A matéria da repórter responde na mesma edição à cobrança da colunista. Como os dois textos são originários de Belo Horizonte fica a dúvida. Eliane Cantanhêde pautou o PSDB com a sua pensata ou o PSDB pautou Eliane e a repórter da Folha, ou então, a repórter da Folha foi pautada pela colunista? Outra dúvida: Eliane escreveu sua pensata com base no que ouviu de lideranças tucanas ou lideranças tucanas falaram com a repórter da Folha depois de orientadas e cobradas por Eliane, conhecida porta-voz das angústias existenciais tucanas. Aliás, o título de sua pensata.
Mas que é engraçado e estranho é.