quinta-feira, 7 de abril de 2011

Uma questão de bom senso

Mais uma vez, uma manifestação na Esplanada dos Ministérios tumultua o trânsito na cidade e atrapalha a vida de milhares de pessoas. A marcha dos ambientalistas contra a aprovação do Código Florestal fez com que o trânsito no Eixo Monumental, no Parque da Cidade, na Esplanada dos Ministérios, no início da W3 Norte e na N2 Norte virasse um inferno na manhã de hoje. Por volta das 8h30, eu, por exemplo, gastei quase uma hora para chegar do Cruzeiro à Rodoviária, um trajeto em que, normalmente, levo, nesse horário, no máximo 15 minutos.
O direito de manifestação é livre e deve ser respeitado. O que não faz sentido é essas manifestações interferirem tanto na vida da cidade, como aconteceu hoje.
Não consigo entender porque a PM e as lideranças dessas manifestações não entram num acordo e passam a realizar essas marchas no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, em vez de ocupar as pistas de rolamento da via.
Na minha opinião, uma manifestação no gramado central da Esplanada seria muito mais bonita, impactante, nobre e não incomodaria o pobre cidadão que vai trabalhar.
Mas não, a própria PM estimula os manifestantes a usarem três ou até quatro faixas do Eixo, fazendo com que o trânsito na área central de Brasília vire um caos.
Eu nunca entendi porque o canteiro central da Esplanada é uma área morta, utilizada apenas eventualmente em grandes shows musicais ou eventos religiosos.
Quem conhece Washington, por exemplo, sabe que o Mall, uma grande avenida semelhante à nossa Esplanada, onde se concentram Museus e Secretarias do Governo americano, vive tomada pela população, que ali faz manifestações, caminhadas, joga basquete, beisebol, descansa, faz pic-nic, passeia, namora ou fica de papo pro ar.
O Mall de Washigton é o retrato de uma cidade viva, ao contrário do canteiro central da nossa Esplanada que vive às moscas. Parece uma natureza morta.
Eu sempre sonhei com uma Esplanada ocupada pelo povo, e não só em manifestações políticas. Sempre imaginei o canteiro central da Esplanada com quiosques, como os que existem nas orlas das cidades litorâneas, com o povo passeando, jogando bola, namorando, andando, descansando, enfim, vivendo.
Mas isso jamais acontecerá porque a ditadura do patrimônio histórico não permitirá.
Mas, pelo menos, que se transfiram as manifestações para o gramado, deixando de perturbar a vida do cidadão comum.
Isso é, apenas, uma questão de bom senso.

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