terça-feira, 5 de abril de 2011

A bobagem dos 100 dias


No próximo domingo, dia 10 de abril, o governo Dilma e todos os governos estaduais completam 100 dias.
Certamente, os jornais, rádios e televisões vão encher nossa paciência com balanços, análises e avaliações do desempenho da presidenta e dos governadores nesses emblemáticos 100 dias.
Mas, cá entre nós, isso é uma grande bobagem.
De onde veio essa paranóia dos 100 dias? Por que não 90 dias? Ou 200 dias? Ou 300 dias?
Quem disse que 100 dias é uma marca importante na vida de um governo? Quem garante que em 100 dias é possível deixar uma marca definitiva para uma administração?
Há governos que deixam uma marca forte e consolidada em semanas. Outros passam todos os 4 anos do mandato sem deixar nada que impressione e os faça entrar na história.
Dizem que essa mania tem origem no Governo dos Cem Dias de Napoleão Bonaparte, período compreendido entre 1º de março de 1815 - quando Napoleão retorna do seu exílio na ilha de Elba - e 18 de junho do mesmo - quando seu exército é vencido na batalha de Waterloo.
Se for isso mesmo, a bobagem é ainda maior. Afinal, são 100 dias de uma derrota. Portanto, pra quê comemorar?
Mas, pra não perder a viagem, vou dar meu pitaco curto e grosso, sobre os emblemáticos 100 dias dos governos Dilma e Agnelo.
Nos seus 100 dias de governo, Dilma conseguiu mostrar suas diferenças de estilo com o ex-presidente Lula, surpreendeu a todos, deixou a oposição e a mídia desorientadas, não criou nenhuma grande crise e surfa em elevados e históricos índices de popularidade.
Já os 100 dias de Agnelo são mais napoleônicos, digamos. Continua batendo na surrada e desgastada tecla da herança maldita, não tem nenhuma grande realização para apresentar (o que, aliás, é normal, pois ninguém faz nada grandioso em 100 dias), já perdeu um secretário - o de Desenvolvimento Econômico, José Moacir Vieira, e começa a ser olhado com uma certa desconfiança pela população, que depositou no seu governo uma enorme expectativa

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