quinta-feira, 14 de abril de 2011

Que democracia é essa?

Outro dia elogiei aqui a iniciativa da Secretaria de Cultura do DF de abrir um Chamamento Público para selecionar os artistas e grupos musicais que vão participar dos festejos dos 51 anos de Brasília. Realmente, uma boa iniciativa.
No entanto, divulgados os resultados, surgem dúvidas.
Foram selecionados 103 grupos musicais por uma Comissão integrada por três pessoas: José Fernandez Dias, Wilson de Morais e Francisco Alves Ferreira que estabeleceu 37 pontos como nota de corte para a categoria música.
Os critérios técnicos para a pontuação foram qualidade artística e técnica dos candidatos (0 a 10 pontos); currículo do grupo. (0 a 5 pontos); detalhamento claro e coerente da proposta - sinopse do show ou apresentação (0 a 5 pontos);  propostas adequadas física e conceitualmente ao espaço onde ocorrerão as apresentações (0 a 10 pontos) e potencial de inserção do artista no mercado da economia criativa (0 a 10 pontos).
Quais os critérios que essa comissão adotou para dar as suas notas? Ninguém sabe, ninguém viu. O que é exatamente o pomposo critério potencial de inserção do artista no mercado da economia criativa? Ninguém sabe, ninguém viu.
A ARUC, mais antiga escola de samba da cidade, que este ano completa 51 anos de atividades, maior campeã do carnaval, considerada oficialmente Patrimônio Cultural Imaterial do DF, não foi selecionada entre os 103 grupos musicais eleitos. Ele obteve 36 pontos, ficando um ponto abaixo da tal nota de corte. E obteve esses pontos porque, por exemplo, no critério currículo do grupo, que valia 5 pontos, recebeu 4 pontos. Bastava esse ponto a mais para chegar ao mágico número de 37 pontos.
Cá entre nós, não dar a pontuação máxima no quesito currículo do grupo, é inexplicável. Será que uma entidade que tem 50 anos de existência, ganhou 31 vezes o carnaval e é considerada Patrimônio Cultural Imaterial do DF não merece nota máxima no quesito currrículo?
Sinceramente não dá pra entender.
Se a ARUC ficasse de fora de uma seleção de, digamos, cinco grupos musicais, ainda vá lá. Mas deixar a ARUC de fora de uma seleção de 103 grupos musicais é absolutamente incompreensível.
Cheira a má vontade, preconceito contra o carnaval, perseguição, má fé ou sacanagem mesmo de algum desses três iluminados membros da Comissão Julgadora.
Lamentável.
No ano em que comemora seus 50 anos de vida, a ARUC, Patrimônio Cultural Imaterial do DF, ficar de fora da festa dos 51 anos de Brasília porque os iluminados da Comissão Julgadora acharam que ela não merecia os 5 pontos do quesito currículo do grupo é uma vergonha que mancha e contamina a boa intenção da Secretaria de Cultura.
São os ônus da democracia. Ou será do democratismo, tão ao gosto dos petistas.....

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