segunda-feira, 18 de abril de 2011

Novela ruim, mas oportuna

Imperdível o artigo do meu amigo Hélio Doyle, no site Brasil 247, intitulado Hístória Interditada, comentando a reação à novela Amor e Revolução do SBT. No artigo, ele diz que enquanto Argentina e Uruguai punem torturadores e assassinos, aqui se discute uma novela e tentam tirá-la do ar.
No sábado, pela primeira vez vi um capítulo da novela. Realmente, enquanto novela, ela é muito ruim. Os textos são piegas, a interpretação parece coisa de colegiais, apesar de alguns atores rodados, e algumas cenas são ridiculamente estereotipadas, o que tira muito da autenticidade e do impacto da novela. No sábado não teve nenhum depoimento de ex-presos políticos que, segundo se comenta, são a melhor coisa da novela.
Mas, mesmo assim, é uma novela oportuna e importante, principalmente por levar para a TV um tema tão delicado e pouco conhecido, como o da tortura e da repressão aos que se opuseram ao golpe militar de 1964. Pena mesmo que não seja na Globo.
Eu sou daqueles que defendem que os crimes cometidos pelos militares durante a ditadura - torturas, assassinatos, desaparecimentos - devem sim ser julgados e os responsáveis por eles devem ser punidos. Exatamente como já fizeram e ainda fazem nossos vizinhos do Chile, Uruguai e Argentina. Onde, aliás, a violência e os crimes dos militares foi muito maior do que a dos nossos milicos.
A reação de militares comprometidos com os porões da ditadura à novela do SBT mostra o quanto essas criaturas são desequilibradas. Querem a censura de volta. Parecem que não se convenceram que hoje vivemos numa democracia.
E exatamente por isso é que seus crimes precisam ser julgados.
Comissão da Verdade e cadeia neles!

Nenhum comentário:

Postar um comentário