sexta-feira, 29 de abril de 2011

Samba na veia

Quem foi ontem ao Teatro da Caixa assistir ao show Monarco - 50 anos de samba recebeu uma dose precisa e salvadora de samba na veia. Samba de raiz, em estado puro. Durante 1 hora e meia, o mestre Monarco, acompanhado por Guará, no violão; Serginho Procópio, no cavaco; Timbira, no surdo; e Marquinho, no pandeiro, todos músicos da Velha Guarda da Portela, impecavelmente vestidos de terno de linho branco e chapéu panamá, contou histórias e cantou jóias raras do samba portelense, com destaque, é claro, para as suas próprias obras. Além dos compositores portelenses, Monarco abriu duas exceções, como sempre faz: Cartola e Silas de Oliveira. E uma novidade: uma homenagem a Didi, da União da Ilha, afilhada da Portela, autor de sambas-enredos que empolgaram a Sapucaí, como o antológico "É hoje".  E mostrou porque é o maior sambista brasileiro vivo e em atividade, aos 77 anos de idade. No programa do show, uma frase de Monarco sintetiza o que estava presente no palco: "O samba de qualidade não anda dando sopa por aí. Só faz quem tem mesmo aquela veia de inspiração". E isso ele tem de sobra.
Quem não foi perdeu.
Hoje tem mais, mas os ingressos estão esgotados.
Azar de quem perdeu.

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