sexta-feira, 8 de abril de 2011

Perguntas idiotas (e burras)

É impressionante o despreparo da maioria dos repórteres de televisão para grandes coberturas ao vivo, como a da tragédia da Escola Municipal de Realengo, no Rio de Janeiro. Em situações como essa é inevitável que os repórteres façam perguntas idiotas, burras e sem sentido aos seus entrevistados. Uma pergunta recorrente é a clássica - "O que a senhora está sentindo?", disparada a queima-roupa para uma mãe desesperada que acabou de saber que seu filho foi brutalmente assassinado por um maníaco. Ora, o que o repórter acha que a mãe vai responder? Que está feliz? Que está tranquila? Esse é o tipo de pergunta idiota, desnecessária e burra, que nada acrescenta à reportagem. Perguntas desse tipo irritam o telespectador e contribuem para a péssima imagem que os jornalistas têm na população.
Sempre que vejo cenas como essa me lembro de um episódio hilário que, anos atrás, quase me fez bater o carro, ao ouvir uma então conceituada repórter da CBN perguntar, numa sexta-feira santa, ao Arcebispo de Brasília, Dom José Freire Falcão, porque a Igreja comemorava todos os anos a Paixão de Cristo, se era um episódio tão triste, tão sofrido, tão dolorido.
Outra vez, num Carnaval, fui entrevistado por uma repórter do SBT que na maior cara de pau perguntou pra mim com aquela cara de paisagem - "O que é ala?" , quando eu lhe respondi que a ARUC iria desfilar com 15 alas.
É impressionante o despreparo da maioria dos nossos repórteres de rádio e televisão. Entrevistar um presidente de escola de samba e não saber o que é uma ala, é a mesma coisa que entrevistar um jogador de futebol e perguntar pra que serve a bola.
E perguntar para uma mãe que acabou de perder um filho assassinado o que ela está sentindo é uma falta absoluta de bom senso, oportunidade e inteligência.

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