quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quousque tandem.....

Os jornais de hoje deixam claro que a cada dia que passa piora a situação do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Catilina Palocci. A Folha de São Paulo, por exemplo, revela que a senadora Glesi Hoffmann(PT-PR), uma das mais aguerridas defensoras do governo Dilma no Congresso Nacional e esposa do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, do alto da sua elegância sugeriu, durante um almoço oferecido ao ex-presidente Lula, o afastamento de Palocci do cargo até que todas as suspeitas sobre o seu enriquecimento sejam definitivamente esclarecidas. Nota do Panorama Político de O Globo, informa que os senadores Pedro Simon(PS), Luiz Henrique(SC) e Cacildo Maldaner(SC), todos do PMDB, disseram que vão assinar o requerimento da CPI do Palocci. Sabe-se que o senador Roberto Requião(PR) também está disposto a assinar a CPI. O ex-governador Anthony Garotinho(PR-RJ) alardeia que tem um diamante de R$ 20 milhões nas mãos e que pretende usá-lo para chantagear o governo. Ou o governo faz o que ele quer - e olha que esse pessoal tem um apetite voraz - ou eles assinam a CPI do Palocci. Essa semana, o governador da Bahia, o petista Jacques Wagner e o senador Walter Pinheiro, também petista baiano, abriram a fila das declarações contra Palocci. Com jeitinho, mas contra.
Ou seja, não dá para entender a insistência do governo em manter Palocci no cargo. Essa teimosia está custando caro a Dilma, constrangendo os aliados, deixando o governo refém do PMDB e de outros partidos menores, e fazendo-o sangrar dia após dia, dando um sopro de vida à moribunda oposição tucana e demo.
Até porque, como bem definiu, com sua elegância absoluta, a senadora Gleisi Hoffmann, Buda Palocci compromete o governo por causa de seu enriquecimento, um projeto exclusivamente pessoal, bem diferente, por exemplo, do mensalão que era um projeto político e coletivo.
Não há articulação política que explique essa teimosia. Como disse, ontem, em seu blog, o jornalista Hélio Doyle, "aí tem coisa". Não há cientista político que consiga explicar essa atitude meio autista de Dilma e do próprio Buda Palocci.
Cada vez mais está na hora de Cícero, o velho senador romano, reencarnar no plenário do Senado e bradar sua Catilinária: Quousque tanden, Palocci, abutere patientia nostra!

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