quinta-feira, 1 de março de 2012

Ecos do Carnaval

Depois de um recesso forçado, motivado pelos meus compromissos carnavalescos, volto a movimentar esse Baralho a 4, com o espírito de sempre: um bate-papo animado, como se numa mesa de bar ou de carteado, sobre tudo que vier na cabeça e der na telha.
Pra recomeçar, a pauta óbvia: os ecos do Carnaval que passou.
Em Brasília, uma surpresa: a Acadêmicos da Asa Norte, que não ganhava nada há 27 anos, foi a campeã do Carnaval, batendo a soberana ARUC por míseros 0,5 de diferença, consequência de uma rigorosa e, na minha opinião, exagerada nota 9,2, dada por um jurado do quesito Harmonia à ARUC. Não fosse isso, a ARUC teria sido campeã mais uma vez. Mostrou um carnaval bonito, alegre, competente, mas cometeu um erro e foi duramente penalizada por isso. Como se diz, cabeça de jurado é difícil de entender.
Quem viu o desfile ou as fotos do desfile percebe, claramente, que o resultado não refletiu o que se viu na Passarela.
Mas, de qualquer forma, parabéns à Asa Norte, que voltou a vencer e revive, assim, uma histórica, sadia e tradicional rivalidade com a ARUC. ARUC e Asa Norte são como Corinthians e Palmeiras ou Flamengo e Vasco. Um não vive sem o outro.
A Asa Norte saiu da crise em que estava mergulhada há alguns anos, foi inteligente ao escolher os 50 anos da UnB como enredo e prestar homenagens a Ari Cunha e Jorge Ferreira- o que atraiu a simpatia de uma parcela dos formadores de opinião e volta a escrever seu nome entre as grandes escolas de samba de Brasília.
Sem falar na parceria com o Sindicato dos Bancários, que melhorou muito a organização interna da entidade. Só é preciso tomar cuidado para evitar que o Sindicato, o PT, a CUT, ou quem quer que seja não aparelhem a escola.
Afinal, samba é samba, partido é partido e sindicato é sindicato.

No Rio, ganhou de novo a Unidos da Tijuca, uma mistura de Circo Du Soleil com Escola de Samba, que não me agrada. Mas a grande injustiçada foi a minha Portela. Dona do melhor samba-enredo do ano e da bateria mais premiada pela crítica especializada, a Portela recebeu apenas uma nota 10 entre as 4 possíveis de bateria (o que é inexplicável), uma única nota 10 entre as 4 de Comissão de Frente ( o que é também inexplicável) e não teve nenhum 10 entre os 4 jurados de Harmonia, coisa difícil de engolir diante do emocionante e aguerrido desfile que fez na Marques de Sapucaí.
Enfim, coisas de jurados.
Mas, de qualquer forma, mesmo com o sexto lugar, a Portela voltou a ser Portela e encheu de orgulho os corações portelenses.

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