sexta-feira, 30 de março de 2012

Ditadura não se comemora

Amanhã, dia 31 de março, é uma data de triste memória para a História do Brasil. Em 1964, há 48 anos, os militares davam um golpe de estado derrubando o governo constitucional de João Goulart, instalando no país uma ditadura militar que durou longos e tenebrosos 21 anos. Nesse período, o país viveu dias sombrios. As liberdades e direitos individuais foram suprimidos, a imprensa censurada, o Congresso Nacional fechado, milhares de brasileiros foram presos, perseguidos, torturados, exilados e centenas desses foram assassinados nos porões dos órgãos da repressão política ou estão até hoje desaparecidos. De acordo com o livro “Direito à memória e à verdade”, publicado, em 2007, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 475 pessoas morreram ou desapareceram por motivos políticos nesse período, das quais cerca de 140 são consideradas desaparecidas.
A maioria dos brasileiros de hoje não viveram os anos de chumbo da ditadura e sabem muito pouco sobre tudo o que aconteceu nesse período.
Esta semana, militares da reserva, muitos deles diretamente ligados com a repressão política da época da ditadura e, portanto, responsáveis diretos ou indiretos por essas mortes, organizaram atos de comemoração do 31 de Março.
Isso é um escárnio com a história e a memória dos mortos e desaparecidos.
O 31 de março, ao contrário do que dizem os militares, não foi uma Revolução. Foi um golpe de Estado que instalou no país um ditadura militar.
E ditadura não se comemora.
Seria a mesma coisa que os alemães comemorarem o surgimento do nazismo.
Ditadura deve ser lembrada sempre para que nunca mais se repita.
Como diz o slogan da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos:  Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça.

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