sexta-feira, 11 de maio de 2012

A imprensa não está acima das leis e da ética

As relações promíscuas da Veja com Carlinhos Cachoeira e o crime organizado precisam ser tratadas com seriedade, sem radicalismos, preconceitos ou clichês. E principalmente sem querer confundir críticas às posturas pouco éticas da grande imprensa e seus barões com ataque à liberdade de expressão ou de imprensa.
Não se trata disso.
A verdade, ou o buraco, é mais embaixo.
Nos últimos 12 anos, a grande imprensa especializou-se em combater os governos Lula e Dilma. Se fizesse isso apenas nos Editoriais, seria ético e legítimo. Mas não foi isso que aconteceu. Os jornalões, a TV Globo, a CBN e seus colunistas políticos optaram por um jornalismo engajado, anti-Lula e Dilma, trocando a reportagem e a apuração séria, criteriosa e isenta pela divulgação de dossiês que lhes caem nas mãos, muitas vezes forjados, manipulados, plantados, e pelo jornalismo de opinião, onde se defende teses e posições politicas, e não a informação isenta, bem apurada e, como ensinam os manuais de redação, ouvindo-se sempre o outro lado.
A questão não é se um jornalista tem bandidos como fontes. Isso é normal e legítimo. Mas sim o uso que o jornalista faz das informações que lhe são repassadas pelos bandidos. E, mais grave do que isso, se se deixa manipular ou ser dirigido pelos interesses desses bandidos.
A grande imprensa não está interessada em informar a sociedade, mas sim em desqualificar o governo e seus defensores. Para isso mente, manipula, distorce fatos, cria super-heróis - Demóstenes Torres foi um deles, e demônios.
Esse tipo de jornalismo-panfleto segue uma velha máxima que se ouvia antigamente em certas redações: "Se os fatos não coincidem com a opinião do editor, pior pros fatos".
Como se isso não bastasse, os jornalistas que ousam criticar ou questionar essa postura em blogs e nas redes sociais são logo carimbados de "chapa-brancas". Antigamente eram carimbados de "comunistas".
Está na hora dos jornalistas e da sociedade travarem esse debate de forma franca e desarmada de paixões.
Afinal, a imprensa não está acima das leis, nem dos julgamentos éticos.

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