sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Polícia é polícia.......

Os jornais de hoje destacam as mudanças na cúpula da Polícia Civil, com a nomeação de um novo Diretor-Geral, o delegado Onofre de Moraes e a mudança de vários diretores e delegados da estrutura da Polícia Civil. Chama a atenção o fato dessas mudanças terem sido feitas dias depois do vazamento de um áudio de uma conversa entre o então diretor da Anvisa, Agnelo Queiroz, e o policial João Dias, que denunciou as irregularidades cometidas no Programa Segundo Tempo, quando o hoje governador do DF era ministro, e causou a queda do seu sucessor naquele órgão, Orlando Silva. O áudio que veio à tôna não diz nada, absolutamente nada sobre as denúncias e é totalmente inofensivo para o governador Agnelo. Se as mudanças na cúpula da Polícia Civil foram uma retaliação à esse vazamento, não passa de uma bobagem.
Na verdade o que deve se discutir nesse episódio é outra coisa. O que está em questão é a hierarquia, a disciplina e o comando nas polícias. Polícia sem hierarquia e sem comando não é polícia, é bando armado. Além disso, a politização das polícias no DF é uma tendência preocupante. Vários delegados, agentes, oficiais entraram para a política, foram candidatos a deputado, alguns elegeram-se, outros não. Até aí, tudo  bem. É direito de qualquer cidadão brasileiro, votar e ser votado. O que não pode acontecer é as forças de segurança virarem moeda de troca no xadrez político brasiliense, é parlamentares policiais acharem que mandam nas corporações mais do que seus comandantes, estimularem o loteamento político dos cargos de direção das polícias ou, pior e mais grave ainda, usar as corporações a serviço desse ou daquele grupo político, para o bem, ou para o mal. Coisa, aliás, que tem acontecido com frequência em Brasília há muitos anos e vários governos.
Isso precisa acabar. Polícia é polícia e ponto final. Em qualquer governo, de qualquer partido.

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