domingo, 8 de julho de 2012

O dia em que o Corinthians conquistou a América e fez história

Depois de uma interrupção de quase um mês, a partir de hoje volto a ativar os posts do blog, prometendo mantê-lo atualizado quase que diariamente. Como não poderia deixar de ser, vamos falar do fato mais importante da última semana: a conquista da Libertadores da América pelo Corinthians!



Uma linda e deslumbrante Lua de São Jorge brilhava nos céus de São Paulo e iluminava o Pacaembu às 23h53 do dia 4 de julho de 2012, onde 40 mil corinthianos, que representavam os mais de 30 milhões de loucos espalhados pelo Planeta, delirantemente extasiados e enlouquecidos, comemoravam o fim de mais um martírio e transformavam o velho e aconchegante Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, num verdadeiro Sanatório Geral, como bem definiu o corinthianíssimo Washington Olivetto.
Exatamente às 23h53 do dia 4 de julho de 2012, o Corinthians reescrevia a história, conquistava a tal Libertadores da América e se libertava de mais uma maldição, assim como já havia feito, anos antes, na noite do dia 13 de outubro de 1977.
A partir de agora, o 4 de julho não será mais conhecido como o Dia da Independência dos Estados Unidos, mas sim como o Dia da Independência da República Popular do Corinthians!
O Corinthians esperou 52 anos para ganhar a Taça Libertadores da América. Afinal, a Libertadores é disputada desde 1960. Ou para ser mais preciso, esperou 35 anos. Já que a primeira vez que o Corinthians participou desse torneio foi em 1977. E não 102 anos, como diziam os corvos, abutres e secadores de todos os matizes e todas as camisas.
Mas, quando ganhou, o fez em grande estilo. Como é do seu feitio e da sua tradição.
O Corinthians não é um time comum. É um time que veio para romper barreiras, para superar obstáculos, para fazer história.
O Corinthians foi campeão invicto da Libertadores de 2012, coisa que apenas um time brasileiro havia conseguido e na época em que o torneio tinha um formato menor que o atual – o Santos de Pelé, em 1963. Na época, o Santos fez apenas 4 jogos para ser campeão. 
O último campeão invicto havia sido o Boca Juniors, em 1978. E, além de Santos e Boca, apenas o Independiente, em 1964, o Estudiantes, em 1969 e 1970 e o Peñarol, em 1960, na primeira edição do Torneio, conseguiram ser campeões invictos. Todos esses times foram campeões com menos jogos que o Timão – o Penãrol fez 6 jogos, em 1960; o Independiente, 8 jogos, em 1974; o Estudiantes, 4 jogos, em 1969, e 4 jogos, em 1970; e o Boca, 6 jogos em 1978.
Este ano, o Corinthians fez 14 jogos. Haja diferença!
Além disso, o Corinthians foi campeão contra o poderoso e tradicionalíssimo Boca Juniors, coisa que nenhum time brasileiro, exceto o Santos, em 1963, havia conseguido. O Boca ganhou 4 finais de times brasileiros – Grêmio, em 2007; Santos, em 2003; Palmeiras, em 2000; e Cruzeiro, em 1977.
Ao contrário do Corinthians, campeão contra o Boca, os outros times brasileiros campeões da Libertadores ganharam seus títulos contra times de menor expressão no cenário futebolístico latino-americano. Exceções são o Santos, de Pelé, que ganhou do Peñarol e do Boca; o Cruzeiro, que ganhou do River Plate; e o Grêmio, que ganhou do Peñarol.
O Palmeiras ganhou do Deportivo Cali, da Colômbia. O Vasco da Gama ganhou do Barcelona de Guayaquil, do Equador. O Flamengo ganhou do Cobreloa, do Chile. O Cruzeiro ganhou do Sporting Cristal, do Peru. O Grêmio ganhou do Atlético Nacional, da Colômbia. O São Paulo ganhou do Atlético Paranaense, do Universidade do Chile e do Newells Old Boys, da Argentina. O Internacional ganhou do Chivas Guadalajara, do México, e do São Paulo.
Ou seja, exceto o Grêmio, que ganhou do Peñarol; o Cruzeiro, que ganhou o River Plate; o Internacional, que ganhou do São Paulo; e o Santos, que ganhou do Boca, na Era Pelé, e do decadente Peñarol, no ano passado, todos os títulos de times brasileiros foram contra adversários que nunca haviam sido campeões da Libertadores.
O Corinthians quebrou seu jejum e quebrou como gosta de fazer: fazendo história, quebrando tabus, batendo recordes.

Felizmente, eu estava lá para ver ao vivo e a cores esse momento histórico.
Depois de uma semana tensa, atrás de ingresso, acabei conseguindo os tão sonhados passaportes da alegria que permitiram que eu, meu filho Pedro Ivo, meu amigo Gilnei Rampazzo estivéssemos no Pacaembu, junto com os amigos corinthianos Samuca e seu filho Tomás, e Heraldo Pereira e suas filhas Maiara e Isadora.
Foi uma noite linda, emocionante, que ficará guardada para sempre na minha memória.
Ao final do jogo, fomos jantar no Sujinho da Consolação, tomado de corinthianos, cantando o nosso Hino e nossos gritos de guerra, e ainda tivemos a sorte de ver a bela atriz Alessandra Negrini, vestida do a camisa do Timão, entrar no restaurante, para juntar-se à quele bando de loucos.
Eram quase 3h30 da quinta-feira e as ruas de São Paulo eram palco de uma festa incontrolável. Na Praça Vilaboim, na sofisticada Higienópolis, um grupo de uns 100 corinthianos, desfilavam em volta da Praça, cantando o samba-enredo da Gaviões da Fiel, O que é com é pra sempre! - "Me dê a mão me abraça, viaja comigo pro céu, sou Gavião, levanta a taça, com muito orgulho, pra delírio da Fiel".
Foi inesquecível!

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